terça-feira, 10 de maio de 2011

Atividade 4.1

CURSO E-PROINFO
TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: ENSINANDO E APRENDENDO COM AS TIC´s

Nome do cursista: Aleandra Alves de Carvalho Oliveira
Turma: Bom_Jesus_Rosa
Professor Tutor: Maria Sebastiana Sousa Silva – Atividade 4.1


Através da pesquisa realizada no Colégio Estadual Pr. José Antero Ribeiro, espero contribuir para uma troca de experiências vivida por mim e demais colegas que trabalham nessa escola. Em nossa escola faz-se o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação em várias aulas, através de uma tipologia de usos de mídia sob dois pontos de vista que pude destacar, que são dos desígnios dos professores e da postura dos alunos em relação às atividades propostas. Pude ver que a disposição foi criada com o intuito de perceber se, com o uso das TIC´s, há uma aproximação da cultura do aluno com a cultura da escola e o modo a facilitar a aprendizagem, estimulando o protagonismo, desenvolvendo competências e habilidades.
Alguns dos professores pesquisados, usam as TIC´s em seu trabalho, visando atender melhor as necessidades dos alunos de hoje, tendo consciência de que eles são sujeitos que chegam à escola "alfabetizados pela mídia" (Green & Bigun, 1995).
Sabemos que hoje o sujeito é visto como estilhaçado e descentralizado, e cuja identidade é definida pela sua posição num espaço social, étnico, cultural. Por esse motivo acredito que a escola assume o papel e chega com um sujeito que vê e interpreta a realidade através de um filtro cultural e social e, ao mesmo tempo cria uma nova subjetividade que efetiva a identidade e a agência social. A linguagem e o discurso interferem na realidade, e são vistos como uma forma de co-participação social. "Os participantes discursivos constroem o significado ao se envolverem e ao envolverem outros no discurso em circunstâncias culturais, históricas e institucionais particulares" (Moita Lopes, pg.30). Nós somos responsáveis por esse discurso, como uma construção social, pode ser percebido como uma forma de ação no mundo. Na atualidade, há a preocupação com a compreensão de quem somos no mundo social. Este é um dos interesses que perpassam as várias áreas do conhecimento e parece ser justificado pelas mudanças bruscas que enfrentamos neste início de século, notadamente o acesso aos meios eletrônicos de comunicação, que torna possível uma exposição constante e imediata à multiplicidade de discursos sobre quem somos ou uma visão da vida humana como múltipla e plural e ao mesmo tempo fragmentada (por esse motivo estamos fazendo esse curso).
Acho interessante ressaltar que em nossa escola procuramos utilizar as mídias que estão à nossa disposição, pois ao mesmo tempo em que aproxima o mundo, incidi no perigo de homogeneizá-lo, colaborando para que percebamos a diferença do que somos feitos e as desigualdades e contradições sob as quais vivemos (é muito visível).
Os jovens que chegam à nossa escola são frutos de um processo educativo amplo, que ocorre no cotidiano das relações sociais, incluindo aí as relações com a mídia, bem diferente do que fomos nos tempos de estudantes. Estes “novos” estudantes impõem mudanças que obrigam à escola e nós educadores a confrontar a diferença e a idéia de que escolarizar o futuro significa ensinar para e com a diferença. Este é um grande desafio para a escola e para nós professores nos tempos atuais: compreender as transformações sociais, ajudar a tornar as informações significativas para nossos alunos, escolher informações verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades, compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e torná-las parte do referencial do aluno. Apesar de estarmos em outra geração, nós educadores também vivemos no mesmo mundo da imagem e somos igualmente expostos às influências da mídia.
Ainda assim pude notar que nossa escola, vive uma relação de conflito, ou pelo menos de fragilidade de parcerias por parte de alguns colegas. Este conflito se acentua por causa da forma como se interpreta o processo social da comunicação contemporânea. Esses colegas tendem-se a se afastar da comunicação midiática, quer pelo desconhecimento do seu significado na vida desses jovens, quer porque a mídia poderia expressar para eles, um certo repúdio, uma dominação complexa da educação tradicional a qual estavam acostumados. Pude perceber ainda que esses educadores utilizavam os equipamentos tecnológicos como acessórios, como "aulas- prêmio" para turmas que se comportam bem ou em final de bimestre quando “não se tinham mais o que trabalhar”.
Posso concluir, que em nossa escola, o aparecimento das TIC´s têm conseguido , através de seus discursos e de suas imagens, atingir a realidade sonhada dos educandos (e conseqüentemente seus interesses) melhor do que o “cuspe-giz” das antigas escolas. Os professores que percebem isso, procuram sempre inserir as TIC´s em suas aulas, pois acreditam que elas se articulam de forma empática com a cultura na qual o aluno está imerso e que podem ser grandes aliadas educativas se soubermos trabalhar com elas, com objetivos claros e definidos, dentro de um contexto maior de aprendizagem. Estes professores (me incluo neles) driblam as dificuldades que têm com carga horária, por isso acreditam no seu poder de sedução e aproximação do aluno ao conhecimento.
De qualquer forma, pode-se dizer que as tecnologias não devem ser avaliadas com deslumbramento ingênuo, elas sozinhas não são suficientes para desencadear um processo de real interesse e aprendizagem na escola. Tecnologias não são as soluções para os problemas escolares. Elas devem ser acompanhadas de modos inteligentes de trabalhar, programados pelos professores e educadores envolvidos no processo de seu uso na escola. Portanto, as tecnologias podem ser instrumentos eficazes dependendo de como forem utilizados e do sentido que lhe atribuírem os usuários e nossa escola há dinamizadores em todos os laboratórios disponíveis a nos apoiarem juntamente com a coordenação pedagógica para que consigamos atingir todos os nossos objetivos propostos. Acredito que sem projetos e atividades que permitam a construção do conhecimento, as TIC´s perdem seu valor.
As TIC´s multiplicaram enormemente as possibilidades de pesquisa de informação e os equipamentos interativos e multimídia vieram colocar à disposição dos alunos um manancial inesgotável de informações. Munidos destes novos instrumentos, os alunos podem tornar-se “exploradores” ativos do mundo que os envolve. Os Professores devem ensinar os alunos a avaliarem e gerirem na prática a informação que lhes chega. Este processo revela-se muito mais próximo da vida real do que os métodos tradicionais de transmissão do saber. Começam a surgir na sala de aula novos tipos de relacionamento. O desenvolvimento das novas tecnologias não diminui em nada o papel dos Professores, antes o modifica profundamente, constituindo uma oportunidade que deve ser plenamente aproveitada. Certamente que o Professor já não pode, numa sociedade de informação e do conhecimento, limitar-se a ser difusor de saber. Torna-se, de algum modo, parceiro de um saber coletivo que lhe compete organizar. Sendo assim, o Professor deixa de se apresentar como o núcleo do conhecimento para se tornar um otimizador desse mesmo conhecimento e saber, convertendo-se assim, num organizador do saber que fornecem meios e recursos de aprendizagem, estimulando o diálogo, da reflexão e da participação crítica.
Aos poucos, conversando com os colegas professores e observando as atividades com os usos de tecnologias, pude perceber que elas se caracterizam em quatro modos básicos de utilização como a Motivação, Ilustração, Pesquisa e o Lazer.
Em nossa escola procuramos sempre trabalhar as TIC´s como motivação no que pretendemos inserir aos nossos alunos como no contexto da aula que será dada depois ou iniciar um debate sobre um determinado tema. Quando utilizamos as produções da mídia, exibimos o filme e podemos dar ênfase às imagens, quando, por exemplo, queremos mostrar uma cidade, um relevo geográfico; ou pode-se dar ênfase ao texto e narrativa. De qualquer modo, o professor dá o recorte que ele pretende e conduz o olhar do aluno para onde se quer chegar. A dinâmica, neste tipo de atividade , é passar o filme ou o programa de computador (que podem ser softwares tutoriais, de exercitação ou mesmo um site) sem grandes interrupções. No entanto, existem atividades em que ele usa o vídeo fazendo intervenções sobre a narrativa, sobre as imagens e os diálogos com o objetivo de estimular os alunos para o conteúdo curricular (por exemplo, professores de línguas estrangeiras que tiram o som e pedem que os alunos criem diálogos para uma cena, ou param o filme antes de uma cena para que os alunos adivinhem o que vai acontecer). Outro aspecto interessante do uso das TIC´s que emergiu na pesquisa: às vezes o professor precisa que o aluno tenha uma visão panorâmica sobre um determinado assunto, então, ele escolhe um filme que fale sobre o tema, ou mostra um software que trabalhe aquele conteúdo. As produções de mídias, em geral feitas para curtos espaços de tempo e valendo-se de imagens e narrativas, adequam-se bem em situações como essas. Nestas circunstâncias, as TIC´s motivam porque facilitam a apreensão do todo e da aprendizagem, para posteriormente haver um aprofundamento do tema. A utilização das TIC´s como ferramenta envolve atividades mais complexas, como por exemplo: utilizar as ferramentas do computador para estimular os alunos a escreverem textos no Word, ou conectá-los a outras escolas para interagir com estudantes através de chats e listas de discussões. São algumas atividades realizadas que acreditamos que possam desenvolver a construção do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades e competências.
Quando trabalhamos com a mídia voltada para ilustração, procuramos sempre ampliar as noções de um assunto previamente tratado em sala de aula. Similarmente ao que ocorre com as atividades de motivação, trabalhamos com evidência nas imagens ou nos textos e usamos tanto as produções das mídias quanto as ferramentas tecnológicas.
Já no uso dessas mídias como fontes de pesquisas, os alunos tanto usam os filmes para encontrar o que é pedido, quanto acessam a Internet e têm que fazer anotações, procurar, observar, classificar. A pesquisa com o uso da mídia é interessante devido às múltiplas dimensões possíveis de serem percebidas nas imagens e nos links, enriquecendo o trabalho. Só constatei o uso da mídia como lazer no caso de preencher vazios(como já citei anteriormente), como a falta de um professor ou o término prematuro do conteúdo curricular.
Acredito ser importante apontar que as tecnologias, quando utilizadas na escola, podem servir para reproduzir os paradigmas tradicionais de ensino, ou ir além, numa viagem através da imagem, dos links e do desenvolvimento do potencial criativo dos alunos, elas podem ser instrumentos eficazes dependendo de como forem utilizadas e do sentido que lhe atribuírem os usuários. Pelo fato do computador e da TV serem meios versáteis, se adaptam a qualquer visão sobre aprendizagem: podem servir como tutores numa perspectiva condutista, ou como ferramentas, numa visão construtivista. No caso específico do computador, ele ainda pode servir como aprendiz numa perspectiva mais globalizante, não esquecendo de reforçar a importância primordial do papel do professor na criação e execução das atividades com o uso das TIC´s. As novas tecnologias permitem que as aulas se tornem muito mais motivadoras quer para os alunos quer para o professor.


Referências

COSCARELLI, C. V., “O Uso da Informática como Instrumento de Ensino-Aprendizagem”,
PRESENÇA PEDAGÓGICA, v. 4n. 20 mar./ abr. 1998

FOURQUIN, Jean-Claude. Escola e Cultura – as bases sociais e epistemológicas do
conhecimento escolar. Artes Médicas. Porto Alegre, 1993

GREEN, B. & BIGUN, C. Alienígenas na sala de aula. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org).
Alienígenas na Sala de Aula: uma introdução aos assuntos culturais em Educação. RJ: Vozes, 1995

LINHARES, Célia, TRINDADE, Maria de Nazaret. Compartilhando o mundo com Paulo Freire.
São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2003.

LUCENA, C. - Professores e aprendizes na Web: a educação na era da Internet. Org. Nilton Santos. RJ – Clube do Futuro, 2000

VALENTE José Armando (org.). Liberando a mente: computadores na educação especial.
Campinas: UNICAMP, 1991

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